domingo, 22 de novembro de 2009

Os 15 anos do título nacional de basquete

Impossível esquecer daquela final da Liga Nacional de Basquete de 1994. Eu e meu amigo Rodrigo Goettems da Silveira não perdíamos um jogo em Santa Cruz do Sul nas primeiras ligas disputadas por aquela grande equipe, desde a Arcal, no ginásio do Colégio Mauá, até a Pitt/Corinthians, já no Poliesportivo. Mas, a partir de 1992, tivemos que dividir a nossa paixão pelo basquete com os estudos na Universidade Federal de Santa Maria.

Com a TV a cabo ainda quase inexistente na época, tivemos que nos contentar a acompanhar de longe algumas partidas realizadas em Santa Cruz do Sul. Pelo rádio, o sofrimento era ainda maior. Em especial, em 1994, quando aquela equipe, mesmo inferior tecnicamente às anteriores, foi se superando na raça e, surpreendendo a todos, chegou à grande decisão da Liga de 1994. Os dois primeiros jogos fora de casa, e perdemos ambos. Os últimos três, se necessários, seriam em Porto Alegre, no Ginásio Tesourinha, para desespero e indignação da grande e apaixonada torcida santa-cruzense.

Era uma sexta-feira quando escutamos a terceira partida pelo rádio, em Santa Maria. A vitória alimentou um pouco a nossa esperança, mas os jogos eram muito difíceis, apertados. No sábado, fomos jantar na casa de um colega do Rodrigo que tinha parabólica, para depois assistir o quarto jogo pela TV, finalmente. Eu disse: “Cara, se a gente ganhar essa nós vamos a Porto Alegre ver essa final”.

Não deu outra, o Corinthians ganhou. Olhamos todos um para o outro, estávamos entre quatro, apenas esperando alguém dar um sinal positivo. O colega do Rodrigo, que era de Santa Maria, tomou a iniciativa: “Vamos com o carro do meu pai”. Ninguém contrariou. Do jeito que estávamos, pegamos a estrada quando já passava da meia noite de sábado, chegando em Santa Cruz do Sul perto das 2h da manhã, para surpresa dos nossos pais (Aquela época nem havia celular para avisar).

Chegando em casa, dormimos umas três horas e logo cedo fomos para a fila no Corinthians, para comprar os ingressos e conseguir um lugar em um dos ônibus que levariam a torcida. A fila já estava enorme, muitos dormiram lá. Conseguimos nossos ingressos, nossos lugares e partimos para conferir de perto um dos jogos mais emocionantes que já tivemos oportunidade de assistir. E tínhamos a certeza de que, empatada a série, o Corinthians não perderia mais. E estávamos certos.

Cansativo? Muito, mas valeu a pena. Na volta, já no final da tarde de domingo, chegamos no trevo do acesso Grasel que já estava tomado de torcedores enlouquecidos, caminhão de bombeiros, todos esperando a equipe. Ficamos por ali mesmo, aguardando aquele supreendente time e depois comemorando até o final da noite. Inesquecível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário