sábado, 23 de janeiro de 2010

Um tempo para as críticas II

A excessiva proximidade do acontecimento e de sua difusão em tempo real cria a indemonstrabilidade, a virtualidade do acontecimento, que lhe retira a dimensão histórica e o subtrai à memória. É a virtualização de nossa mente. Por toda parte onde opera essa promiscuidade há massificação. Iniciaria-se aqui uma complexa discussão a respeito da relação comunicação e poder, assim como a influência da TV nesse aspecto e, cada vez mais, da internet.

Como diria Gilberto Dimenstein, "a mesma mão que controla a imagem controla o corpo e o cérebro do espectador na tentativa de destruir o nosso poder de criticar". Os jovens estão a cada dia mais ignorantes, talvez porque as escolas são ruins (propositadamente), talvez porque os pais não tenham mais tempo de serem educadores, ou talvez porque os jovens passam a maior parte do tempo assistindo ou acessando a lixo.

É claro que essa difusão das informações é necessária, que a Internet veio para nos ajudar e que precisamos ser cada vez mais rápidos e eficientes. Mas por que sermos mais rápidos e eficientes? Não estamos fazendo com que nós mesmos nos forcemos a ser mais eficientes? Por que evoluir tanto, se vivíamos normalmente há dez anos sem tanta informação? Será que é necessário termos acesso a tantas informações se não temos mais tempo nem de discutí-las com quem está ao nosso lado? Não adianta, pois não temos tempo de analisar essas questões. Devemos estabelecer certos limites, analisando também o que as novas tecnologias estão pondo a perder.

Talvez haja uma solução pacífica para isso tudo. Como os modelos atuais de escolas e universidade estão ameaçados pelas novas redes eletrônicas de comunicação, o homem precisa adaptar-se aos novos meios ao invés de considerar as escolas e as universidades acabadas. Estamos em um processo de mudanças no que diz respeito à aquisição de conhecimentos e, se pensarmos bem, não precisamos mais freqüentar as salas de aula. As mudanças exigem reformas nos métodos de ensino, que exigem agora um intercâmbio de conhecimento por meio do incentivo à inteligência coletiva dos estudantes, ao uso das novas técnicas e à orientação para as carreiras individuais, contribuindo para o reconhecimento do conjunto das capacidades dos indivíduos, inclusive os conhecimentos não-acadêmicos. Vamos dar um tempo para as críticas! É hora de agir...

(Texto publicado no Jornal Gazeta do Sul de 23/10/1998, pág. 4)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um tempo para as críticas I

A velocidade com que a realidade virtual se desenvolve é preocupante. Ao mesmo tempo em que facilitam a nossa vida e o acesso à informação, as novas tecnologias "virtualizam" a nossa memória, isto é, remetem-nos a lembrarmos e pensarmos apenas naquilo que está à nossa frente.

As dimensões do próprio tempo confundem-se no tempo real. Invenções que dizimam negócios não são nada de novo. A novidade fica por conta do ritmo das descobertas e a facilidade de sua implantação. Existe, hoje, um receio em relação às novas tecnologias, já que elas estão provocando nas pessoas uma certa fadiga da informação. Como encontramos tudo sem sair de casa, passamos a não procurar o novo, perdemos o senso da descoberta, da busca de um sentido para as coisas. A virtualidade nos dá tudo, mas ao mesmo tempo tudo esconde. Não procuramos as nossas próprias saídas, e sim aquelas que estão disponíveis à nossa frente.

Sofremos de uma paralisia da capacidade analítica. Não só pela velocidade com que as comunicações avançam, mas também pelo fato de que as 24 horas do dia se tornaram insuficientes para que o homem absorva tantas informações, não restando tempo para leituras e outros exercícios de nosso senso crítico. Apesar dos instrumentos de comunicação se multiplicarem, o potencial de captação do homem (físico, mental e psicológico) continua restrito.

(Texto publicado no Jornal Gazeta do Sul de 23/10/1998, pág. 4)

90% das empresas proíbem acesso a redes sociais

Cerca de 90% dos conselhos administrativos proíbem o acesso a redes sociais no ambiente de trabalho. A constatação faz parte dos resultados de estudo global realizado pela Socitm (do inglês, Sociedade de Gestão da Tecnologia da Informação) – órgão sediado na Inglaterra e que promove o gerenciamento eficiente da TI – com o apoio da consultoria Gartner.

Pelo levantamento, 67% dos conselhos administrativos baniram completamente o acesso às redes sociais do ambiente de trabalho por meio do bloqueio das páginas dos principais sites. Os 23% restantes permitem que os colaboradores acessem seus perfis na web apenas em horário de almoço ou fora das horas de trabalho.

No que tange aos motivos pelos quais as companhias não liberam o acesso aos sites como LinkedIn, Facebook, Twitter, 64% dos respondentes afirmaram que temem pela exposição a vírus e outras ameaças às quais os computadores das empresas estarão sujeitos nas redes sociais.

Além disso, 63% dos entrevistados informaram que acessar essas páginas representa perda de tempo para os funcionários. Riscos relacionados à reputação das companhias e ao vazamento de dados confidenciais também foram apontados pelos participantes do estudo como barreiras à liberação das redes sociais.

Nesse contexto, o coautor da pesquisa, Christopher Head, defende que é papel dos Chiefs Information Officer (CIOs) educar os demais executivos das empresas sobre os benefícios das redes sociais e mostrar que há maneiras de acessá-las de forma segura. “Para convencer os membros do conselho, o gestor de TI precisa mostrar como as políticas de segurança funcionam e quais são os benefícios práticos que podem ser atingidos por meio da liberação ao acesso a tais sites”, diz ele.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O que fazer quando se é a fonte?

A condição de fonte pode dar a falsa impressão de um poder que não existe. Quem pauta, quem tem o comando da situação, é a mídia. Na entrevista, os jornalistas utilizam-se de alguns mecanismos para obter informações. Mudando de papéis ele se ajusta àquele no qual o entrevistado fica mais à vontade para falar. Esse jogo, de lances delicados e sutis, permite que o jornalista conduza a entrevista da maneira mais convincente para ele, por isso exige atenção de quem está sendo entrevistado. O entrevistado não pode esquecer que, no final, quem tem a última palavra é a imprensa e é ela quem controla a opinião pública.

Por isso o entrevistado deve sempre explorar o tema, ampliar a pauta, enriquecer a matéria com novos ângulos e observações, mostrando outras perspectivas e dimensões. Deve estar sempre bem informado sobre o assunto a ser tratado, por isso é importante reunir material de consulta sobre o tema e ler os jornais do dia, principalmente os assuntos ligados à organização ou instituição.

Quando o contato for para esclarecer notícia negativa, a fonte deve limitar-se ao tópico abordado, não tentando, em hipótese alguma, iludir o repórter. O jornalista sempre buscará outras fontes. Por isso, transparência é o melhor caminho para lidar com a imprensa. A prática tem mostrado que, no caso de matérias negativas, antecipar-se à mídia é melhor do que explicar o foi publicado. Nesse caso, o efeito pode ser irreversível.

Não se deve privilegiar sempre o mesmo veículo com uma matéria de primeira mão. A relação com os jornalistas deve ser de mão dupla. Quando eles precisarem da fonte ou da Instituição, ela deve estar disponível. Essa relação garante uma boa disposição da imprensa.

Um problema comum no relacionamento da fonte com a imprensa são as entrevistas longas, que geram a expectativa por uma grande matéria. O repórter não é o dono do espaço. A produção da notícia passa por um longo caminho até a publicação. Por esse motivo, a fonte deve prestar as informações da forma mais clara e objetiva possível, buscando enfatizar sempre a informação que considere de mais destaque ou relevante.

Outro cuidado são os clichês. É preciso evitar expressões e frases prontas, pois indicam pouca profundidade e desconhecimento da matéria abordada. O mesmo vale para jargões internos ou siglas, preferindo-se a utilização de um vocabulário que possa ser compreendido por todos.

A mídia alimenta-se da controvérsia e do conflito, mas o jornalista deve ser encarado como um agente importante nos objetivos de comunicação da Empresa. Ele é um profissional em busca de informações, não um adversário. Deve-se sempre retornar o contato de um jornalista, conquistando a sua confiança. Em nenhuma hipótese deve-se insinuar algo que não possa ser falado abertamente. As reticências poderão ser interpretadas indevidamente. Por fim, pode-se aproveitar o contato para indicar novas pautas ao jornalista.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Meu aniversário

Nem festa, nem churrasco com os amigos, nem janta com a família, nem torta com os colegas de trabalho. Comemorei meus 36 anos no Beto Carrero World, dia 4 de janeiro. No mínimo, um aniversário diferente, junto com a minha esposa Daiana, minha sobrinha Nathalia e meu irmão Cristiano. Me senti criança novamente, se é que algum dia deixei de ser.

As imensas filas, seja na rodovia ou nos brinquedos do parque, não nos desanimaram. Nem mesmo o calor infernal da região, que eu já conheço muito bem dos meus nove anos em que morei em Blumenau. Mas eu ainda não conhecia o tão famoso parque temático do Beto Carrero. O preço é bem salgado, R$ 88 por pessoa, com acesso a quase tudo, mas como aniversariante não precisei pagar.

Para quem quer curtir bem tudo o que o parque oferece, o ideal é mesmo dois dias. E o preço vale para dois dias. Mas como tivemos que viajar 250 quilômetros de Garopaba até a praia de Armação, planejamos mesmo curtir em apenas um dia o máximo que pudéssemos. E foi o que fizemos.

Sinceramente, fui ingênuo em pensar que não haveria muita gente em plena segunda-feira. Muito ingênuo. O parque estava lotado. Fila para todos os brinquedos. Mas visitamos o zoológico, nos divertimos nos brinquedos aquáticos, andamos no trem fantasma, assistimos ao cinema 180º. Foi um dia diferente. Um aniversário diferente. E realmente vale a pena visitar o Beto Carrero World. Tem diversões para crianças dos 8 aos 80 anos.

Sem dúvida, não irei esquecer do meu 36º aniversário. E para completar a nostalgia, um toró d'água caiu no final do dia e o banho de chuva foi inevitável. Ruim? Que nada, só aumentou a diversão. Na volta pra casa, uma paradinha providencial em Itajaí para comer um Big Mac.

Enfim. Para quem já está veraneando no litoral catarinense, é uma boa pedida. Confira mais no site http://www.betocarrero.com.br.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Pesca ilegal em Garopaba

Uma cena inusitada chamou a atenção dos banhistas de Garopaba, SC, nestes primeiros dias de 2010. Uma a uma, onze embarcações de pesca foram se atracando na enseada a partir do 31 de dezembro. Aos poucos, o mistério foi sendo desvendado pelos nativos do município e causando indignação e revolta entre pescadores locais e turistas.

As onze embarcações, segundo os pescadores de Garopaba, vêm à enseada para praticar a pesca ilegal da Manjuba, uma espécie de pequena sardinha que nesta época busca refúgio nas enseadas do litoral catarinense. As embarcações, pertencentes a empresas de Itajaí, Florianópolis, Rio Grande, entre outras cidades, utilizam redes de pesca proibidas pelo Ibama, capazes de recolher espécies de peixes de tamanho mínimo, ou filhotes de outros peixes prejudicando a sua reprodução.

"Estamos há dois dias sem pescar nada", reclamou um dos pescadores de Garopaba. "É um absurdo, vivemos da pesca e esse pessoal vem destruir o nosso ganha-pão".

Revoltados, os nativos do município, com o apoio de alguns turistas, realizaram um ato de protesto neste sábado, dia 2. Recolheram uma das redes ilegais usadas pelas embarcações, como prova da pesca ilegal, e acionaram polícia e Ibama. Com rojões atirados contra as embarcações, eles tentaram intimidar os infratores.

"Os caras estão armados, não temos nem como chegar perto", acusam os pescadores. "E tem gente que está apoiando em troca de 'auxílios'", acrescentam. Até a madrugada deste domingo, dia 3, oito embarcações ainda permaneciam em Garopaba.

(Foto: Luciano Pereira / Garopaba, SC)

Coletiva de Imprensa

Uma coletiva de imprensa deve ser exigida apenas quando o assunto for amplamente relevante, atual e de influência na comunidade, ou quando for com personalidade reconhecida no Estado ou País. É utilizada também para apresentação de resultados, aquisições ou novos serviços que exijam demonstração e/ou diálogo mais complexo. Assuntos específicos ou técnicos comprometem o sucesso da coletiva de imprensa.

De preferência, deve ser feita entre 11h e 17h, respeitando os prazos das redações de jornais diários. É um momento único. Não há necessidade de se fazer uma entrevista coletiva para prestar informações já conhecidas ou publicadas. Nesse sentido, é preciso haver o comprometimento de divulgar as informações apenas no momento da coletiva de imprensa, simultaneamente para todos os veículos.

Nas minhas férias, eu...

Hoje dei meu primeiro mergulho no mar em 2010, e agora contemplo a lua iluminando o mar enquanto escrevo. Nada mais justo depois de tantos dias de estresse, suor, preocupações, rotina e correria. Enfim, férias, descanso, tempo totalmente livre para meus hobbies.

O novo ano não vai ser diferente. Mas depois de um período de total relax, de energias renovadas, o ânimo para encarar o trabalho é reativado. A mente areja e fica disponível para novas idéias, planos, mudanças, sonhos e projetos.

Por isso férias são fundamentais. E tão importante quanto as férias é poder pegar o carro e fugir da cidade. Pode ser também de ônibus, trem, avião ou mesmo de carona. Não importa como for, mas sair da rotina, do lugar-comum, é imprescindível.

E não precisa ser para uma praia. Que seja para o campo, para a serra, para aquela casa dos avós que fica no interior, para qualquer outra cidade ou mesmo um simples acampamento naquele parque ali pertinho. Mas saia de casa. Esqueça o trabalho. Deixe os relógios na gaveta e guie-se pela posição solar. Desligue o celular, já que deixá-lo em casa poderá fazer falta em alguma emergência. MAS DESLIGUE.

Não faça grandes planejamentos além do necessário. Planejar demais as férias vai se parecer com a rotina do trabalho, do dia a dia. Até porque, se algo der errado no planejamento, as férias poderão se tornar frustração, estresse, e esse não é o objetivo. Se o caminho mais longo for mais bonito e mais prazeroso, vá por ele, contemple a paisagem, admire o mundo à sua volta.

Enfim, aproveite as férias. E se for de carro, lembre-se. Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto. Faça das suas férias um lazer, e não motivos para incomodações. Alguém lhe buzinou na estrada? Abane para ele. E retorne das suas férias com muitas fotos e, principalmente, muitas histórias para contar.

(Foto: Luciano Pereira / Praia da Galheta, Laguna, SC)