A condição de fonte pode dar a falsa impressão de um poder que não existe. Quem pauta, quem tem o comando da situação, é a mídia. Na entrevista, os jornalistas utilizam-se de alguns mecanismos para obter informações. Mudando de papéis ele se ajusta àquele no qual o entrevistado fica mais à vontade para falar. Esse jogo, de lances delicados e sutis, permite que o jornalista conduza a entrevista da maneira mais convincente para ele, por isso exige atenção de quem está sendo entrevistado. O entrevistado não pode esquecer que, no final, quem tem a última palavra é a imprensa e é ela quem controla a opinião pública.
Por isso o entrevistado deve sempre explorar o tema, ampliar a pauta, enriquecer a matéria com novos ângulos e observações, mostrando outras perspectivas e dimensões. Deve estar sempre bem informado sobre o assunto a ser tratado, por isso é importante reunir material de consulta sobre o tema e ler os jornais do dia, principalmente os assuntos ligados à organização ou instituição.
Quando o contato for para esclarecer notícia negativa, a fonte deve limitar-se ao tópico abordado, não tentando, em hipótese alguma, iludir o repórter. O jornalista sempre buscará outras fontes. Por isso, transparência é o melhor caminho para lidar com a imprensa. A prática tem mostrado que, no caso de matérias negativas, antecipar-se à mídia é melhor do que explicar o foi publicado. Nesse caso, o efeito pode ser irreversível.
Não se deve privilegiar sempre o mesmo veículo com uma matéria de primeira mão. A relação com os jornalistas deve ser de mão dupla. Quando eles precisarem da fonte ou da Instituição, ela deve estar disponível. Essa relação garante uma boa disposição da imprensa.
Um problema comum no relacionamento da fonte com a imprensa são as entrevistas longas, que geram a expectativa por uma grande matéria. O repórter não é o dono do espaço. A produção da notícia passa por um longo caminho até a publicação. Por esse motivo, a fonte deve prestar as informações da forma mais clara e objetiva possível, buscando enfatizar sempre a informação que considere de mais destaque ou relevante.
Outro cuidado são os clichês. É preciso evitar expressões e frases prontas, pois indicam pouca profundidade e desconhecimento da matéria abordada. O mesmo vale para jargões internos ou siglas, preferindo-se a utilização de um vocabulário que possa ser compreendido por todos.
A mídia alimenta-se da controvérsia e do conflito, mas o jornalista deve ser encarado como um agente importante nos objetivos de comunicação da Empresa. Ele é um profissional em busca de informações, não um adversário. Deve-se sempre retornar o contato de um jornalista, conquistando a sua confiança. Em nenhuma hipótese deve-se insinuar algo que não possa ser falado abertamente. As reticências poderão ser interpretadas indevidamente. Por fim, pode-se aproveitar o contato para indicar novas pautas ao jornalista.
Grêmio e Corínthians
Há 11 anos
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