quarta-feira, 20 de abril de 2016

Circo de Horrores

Não perdi um segundo do meu tempo, domingo, para assistir ao Circo de Horrores da Câmara dos Deputados. Mas, após três dias de muitos comentários nas ruas e nas redes sociais, percebe-se um constrangimento geral, até mesmo de quem apoia o afastamento da presidente, com o show de bizarrices proporcionado por grande parte dos nossos deputados.

De tudo isso, que fique duas lições. A primeira, que a transmissão ao vivo em canal aberto tenha mostrado ao maior número de pessoas possível que de nada adianta gastar energia elegendo prefeitos, governadores e presidentes e jogar no lixo o voto para vereadores e deputados, muitas vezes em troca de favores e benefícios pessoais ou por indicação de conhecidos que tenham interesses específicos. Afinal, são eles que irão aprovar ou não os projetos de interesse da sociedade (ou de interesse deles próprios, se não forem bem escolhidos).

A segunda lição, e aí é uma opinião pessoal, é que as pessoas entendam que é preciso, sim, votar em partido. Ou, ao menos, levá-lo em consideração. Vejo muitas pessoas dizendo que "não votam em partidos, que votam na pessoa". Porém, como se pôde comprovar na votação de domingo, muitos deputados abriram mão de suas convicções pessoais para votar em nome da "ideologia" ou dos interesses do partido, ou até mesmo por medo de represálias. O político governa ou legisla conforme a cartilha da sua sigla, e se ele está neste partido, é porque ele concorda com a sua ideologia e irá segui-la quando exigido.

Enfim, o que vimos domingo foi o reflexo do que somos, infelizmente. A esperança é que tudo isso sirva, ao menos, para o nosso amadurecimento político.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Preguiça Intelectual

Muito bem-vinda a reportagem da página 20 da Gazeta do Sul deste fim de semana. É uma boa leitura para aqueles que costumam postar ou compartilhar textos e informações sem ao mínimo pesquisar as fontes e a veracidade. Algumas coisas vistas no facebook chegam a ser engraçadas, de tão apelativas. Mas também preocupantes, pela forma como algumas pessoas, sem ter qualquer domínio do conteúdo, aceitam as "verdades" que a internet oferece sem contestá-las. É uma "preguiça intelectual", como diz o professor Mozart Linhares na reportagem. Não é preciso agir como um jornalista, buscando diversas fontes e se aprofundando em pesquisas, mas uma simples consulta no google já ajudaria algumas pessoas a não pagar mico nas redes sociais. E o pior é que, se argumentamos, estas pessoas ainda se sentem ofendidas. O programa Saia Justa, do canal GNT, também debateu este assunto há alguns meses. Na ocasião, a jornalista Astrid Fontenelle definiu bem o atual momento: "Os brasileiros estão perdendo uma oportunidade histórica de exercitar a democracia por meio do debate nas redes sociais. As pessoas não aceitam ser contestadas e partem para a agressão verbal, vendo o outro como um inimigo e não como uma peça fundamental para a construção de ideias". Exato. As pessoas não estão preparadas para o debate. E sem debate, não há mudança.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Copa das Confederações

Meu palpite já era 2 ou 3 a zero para o Brasil. Para mim não foi uma surpresa. Nosso futebol é muito superior ao da Espanha, só estava faltando essa organização tática e psicológica que só o Felipão consegue impor aos jogadores. E quanto à Copa das Confederações, um show do Brasil, tanto na organização quanto no comportamento e participação da torcida, que lotou praticamente todos os jogos. Também achei que o Brasil ainda não teria condições de sediar uma Copa, mas faltando um ano para o evento já estamos com 80% dos estádios prontos, e de muita qualidade. Um sucesso em todos os sentidos!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Luto

Parece que as duas coisas mais horríveis e deprimentes que já transmitiram na história da TV eu assisti ontem, dia 7 de fevereiro de 2013. Uma delas foi o jogo do Inter contra o Lajeadense. É triste ver jogadores com tão pouca técnica e inteligência vestirem a camisa de um time grande como o Inter. Outro episódio patético e pra esquecer foi aquele clipe de artistas no Fantástico dedicado às vítimas de Santa Maria. Eu nem sabia, mas li uma crítica ontem e assisti na internet para conferir. Meu Deus! O que eles pretendiam com aquilo??? Tomara que nenhum familiar tenha assistido. Por isso que nestas horas a melhor homenagem que se pode fazer é o silêncio!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Como usar o drama para fazer marketing

No filme Nos Bastidores da Notícia (Broadcast News), de 1987, o personagem Tom Grunick, vivido por William Hurt, é um âncora de telejornal narcisista e inescrupuloso que manipula o aspecto patético do noticiário para ganhar audiência e, principalmente, prestígio profissional. Na sequência-chave da trama, ele edita um VT inserindo imagens de si mesmo chorando ao escutar o relato de uma entrevistada, vítima de estupro. Mas os métodos antiéticos e o jornalismo emocional e grotesco, na mesma medida em que o tornam queridinho dos chefes e executivos da emissora, rendem a ele a crítica e o desprezo entre os colegas.

O filme foi escrito e dirigido por James L. Brooks. No ano seguinte, Brooks seria criador, junto ao desenhista Matt Groening, do desenho animado Os Simpsons, uma das primeiras e mais contundentes sátiras à estereotípica família de classe média norte-americana, saída da Era Reagan com os valores exacerbadamente egocêntricos, materialistas e fúteis, preocupados tão somente com o lazer e o dia de amanhã, e com um desdém assumido por todo aprofundamento, toda crítica, toda ponderação.

O pai da família-escárnio concebida por Brooks e Groening, Homer Simpson, é uma figura simplória, trabalhador honesto porém disposto a pequenas mentiras e jeitinhos para satisfazer vontades ou resolver problemas. Desligado de questões que vão além de seu próprio jardim, tudo que Homer almeja em cada episódio é manter-se confortável em sua rotina, sem questionar o mundo, e refestelar-se no sofá após cada dia de trabalho para assistir a televisão.

Informação em redes
Foi esse arquétipo que o editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, elegeu para descrever o espectador médio de seu telejornal, o de maior audiência no Brasil há décadas. Não apenas na frente de professores como Laurindo Leal Filho, da USP, que chamou atenção para o aspecto desdenhoso da comparação anos atrás (ver aqui o seu relato), mas também para estudantes de jornalismo levados a visitar a redação do JN – como eu, em novembro de 2005, então aluno da UFRJ (ver aqui a resposta de William Bonner). Hoje, passados alguns anos de formação e reprodução, o estilo Bonner/Homer (ou talvez Bonner/Grunick) parece ter feito escola e já está normalizado, em certos círculos tratados como se fosse “a” maneira de se fazer jornalismo.

Não fosse assim, não haveria espaço moral nem tolerância para a edição do Jornal Nacional de segunda-feira (28/1), gastar preciosos minutos com autopromoção em lugar de entrar direto com informações sobre a tragédia da boate Kiss em Santa Maria (RS). Deixando o lide para segundo plano, o âncora William Bonner preferiu descrever e apresentar ele próprio, a própria equipe, seu deslocamento, suas habilidades e suas reações subjetivas ao deparar-se com o fato, e não o fato em si.

Um take de Bonner dentro do jatinho particular apelidado de “JN no Ar”, para fins de marketing, tem carga informativa nula sobre os 245 mortos no incêndio da boate Kiss, bem como a situação de seus familiares ou a investigação sobre as causas e os responsáveis. Saber que a equipe decolou do Rio de Janeiro ou foi deslocada de São Paulo, Porto Alegre ou Buenos Aires para fazer a “suíte” da tragédia acrescenta absolutamente nada para quem está ansioso por notícia, nomes, números, histórias sobre o que ocorreu.
Este é apenas o trabalho dos jornalistas; não há nada ali para jactar-se. Não são “bastidores da notícia” – neste caso, reveladores de nada. Desperdiçar tempo de sinal ao vivo para promover seu próprio dever de ofício em vez de exercê-lo (ou seja, informar) é pegar carona na tragédia alheia para fazer marketing institucional. Além de narcisismo típico de amadores, demonstra insensibilidade e desrespeito para com a memória das vítimas, suas famílias e a população brasileira.

Uma nação que ficou consternada e solidária com a tragédia da Kiss não está esperando propaganda travestida de noticiário; tampouco está preocupada com avaliações passionais por parte de quem nem está autorizado a fazê-las. O fato é trágico em si: dispensa adjetivos e melodrama. A maneira mais respeitosa, mais honesta e mais jornalística de apresentá-lo é apenas com o objeto da notícia: as pessoas que morreram, as que enterraram seus mortos, as que estão chorando, as que estão buscando fazer justiça, e mesmo as que causaram tudo.

O horror fala sozinho, sem cenários, maquiagem nem trilha sonora. A narrativa melodramática tem seu lugar no imaginário social, mas é na novela, e não no programa que vem logo antes. (...)

Fonte: Observatório da Imprensa

segunda-feira, 23 de abril de 2012

HSC dá dicas de saúde por meio do Twitter

Além de ser uma ferramenta para informar os internautas, o perfil do Hospital Santa Cruz (HSC) no Twitter começa, a partir desta semana, a ser uma via de prestação de serviço para os seguidores. A ação vai reunir dicas de saúde com apoio de setores especializados da instituição.

Os primeiros apoiadores contatados foram a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), o Instituto do Sono e Neurofisiologia (Insone) e o Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital. No primeiro momento, as dicas ficarão restritas a assuntos como prevenção de infecções, qualidade do sono e alimentação.

Entretanto, a ideia é ampliar a iniciativa para que as informações atinjam maior abrangência na área da saúde. O perfil do HSC no Twitter é ac_hsc. Aproveite e siga a página do Hospital.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pesquisa aponta dados sobre vítimas de trânsito

Dentre as causas de trauma que apresentam maior mortalidade estão os automóveis e as armas de fogo. Juntos, somam mais da metade de todas as mortes. É o que apresenta o artigo Principais causas de trauma atendidas em uma unidade de emergência, produzido pelos acadêmicos de Medicina da Unisc Luciano Trombini, Diego Goergen, Vinícius Felice, Eliseu Perius Júnior, Daniela Brezolin e Camyla Foresti, coordenados pela professora e médica Dóris Lazaroto. Os dados foram publicados na Revista do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

O artigo é resultado de uma pesquisa feita por meio da Liga do Trauma do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) na emergência do Hospital Santa Cruz (HSC), no período de 2006 a 2009. Foram coletados os dados de 1.398 registros de atendimentos, que apontaram os acidentes automobilísticos (42%) e motociclísticos (27%) como as causas de trauma mais prevalentes.

Segundo o estudo, o traumatismo atinge, em sua grande maioria, os jovens, causando mais mortes prematuras do que câncer, doenças cardíacas ou infecção por HIV. Os traumas automobilísticos ocupam lugar de destaque, gerando um número elevado de internações e tratamento em serviços de emergência que geram custos significativos aos sistemas de saúde. Os dados mostram, ainda, que entre jovens e adolescentes o risco é duas vezes maior de serem acometidos por trauma dessa natureza, sendo 70% do sexo masculino.

Outra importante constatação foi o aumento acentuado nesse período do número de vítimas de trauma motociclístico. A grande aceitação e aprovação desse veículo como meio de transporte, por ser rápido e de baixo custo, tem elevado o número de vítimas a cada ano, em especial em Santa Cruz do Sul, segunda cidade no Estado do Rio Grande do Sul na proporção de motos por habitante.