quarta-feira, 28 de julho de 2010

Crimes na internet

Como denunciar crimes na Internet? O tema vem à tona em dias em que a internet, em especial chats e o msn, estão causando dor de cabeça para pais pela facilidade com que os jovens têm acesso a informações e ao contato com pessoas desconhecidas.

Mas o que pode ser considerado como crime na internet? Segundo o delegado de polícia Emerson Wendt, diretor da divisão de análise da Secretaria de Segurança Pública do Estado e especialista em crimes virtuais, existem incidentes e algumas condutas hackers que podem ser consideradas também crimes, conforme o que está previsto na legislação brasileira. Então, nem todo incidente na internet brasileira é considerado crime. No entanto, preocupa o fato de que 82,27% dos ataques reportados têm origem no Brasil, como apontam dados de 2008 do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança (Cert.br).

Entre os crimes mais comuns na internet estão os cavalos de troia (falsos envios de fotos, arquivos), quebras de direitos autorais, páginas falsas de bancos e varreduras (scans). “É muito difícil controlar o conteúdo na internet”, lamenta Wendt. “Existem as chamadas rondas virtuais, que procuram agir preventivamente e detectar casos de crimes em andamento na web, porém é um processo que está muito aquém do necessário”, alerta.

Conforme o delegado, as denúncias e os registros de ocorrência continuam sendo as formas mais eficazes de se chegar ao fato criminoso praticado no mundo virtual. “Na maioria das vezes, desencadeia uma investigação policial”, explica.

A Polícia Civil gaúcha tem trabalhado desde 2007 para conter esse tipo de crime. Num primeiro momento, formou vários profissionais nesse processo moderno de investigação. “Foram treinados 580 agentes e delegados de polícia durante os anos de 2008 e 2009”, cita Wendt. “Nas regiões de Santa Cruz do Sul e Lajeado foram treinados 30 agentes”.

O delegado afirma ainda que, além de uma boa proteção com hardwares e softwares, são fundamentais as atitudes positivas do usuário. “Este deve estar constantemente atualizado nas questões de segurança virtual”, orienta. Ele aponta que o usuário mais vulnerável é aquele que usa sistema operacional pirata e/ou que não atualiza os aplicativos de segurança.

No entanto, o que mais tem preocupado a sociedade é o uso da internet para a prática de abuso sexual, em especial contra crianças e adolescentes. Apesar de o Rio Grande do Sul ser referência no combate à pedofilia, o número de registros de ocorrências ainda é considerado baixo. “A denúncia é uma excelente forma de colaboração, além de manter-se sempre atualizado sobre o assunto por meio da educação virtual”.

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